A vencedora da sondagem especial de Natal foi a Galp. Tal como tinha dito na semana anterior, esta sondagem vai continuar até ao final de ano. Podem continuar a votar, o título vencedor no encerramento da sondagem será analisado no próximo fim de semana.
Na última análise fiz referência a dois cenários possíveis que se encontrariam em desenvolvimento. Ambos os cenários continham incongruências e por isso lhes coloquei pouca esperança em cima. O movimento ascendente acabou por esbarrar nos 38,2% de Fibonacci e a cotação recomeçou a recuar.
A LTd de médio prazo em formação tem vindo a conquistar toques e pode considerar-se já como válida. Encontra-se actualmente sob um ténue suporte, nos 7€. Possivelmente será quebrado, o que nos faz olhar para os 6€, o próximo suporte. Este sim tem muita validade, tal como expliquei na última análise. Quanto às resistências, acabei por redesenhar a que tinha traçado anteriormente nos 9€ e coloquei-a nos 8,88€. Os pontos de contacto a esta resistência marcaram movimentos fortes, o que lhe confere mais consistência.
Quanto aos volumes, não há muito a dizer desta vez. Nesta época os volumes são sempre baixos, tirar ilações nestas condições só serviria para nos induzir em erro.
Para terminar, uma palavra para as correlações. Normalmente quando analiso esta empresa falo na correlação com o Petróleo. É inevitável, sendo esta uma petrolífera. Já referi também a divergência que tem marcado os últimos tempos. Hoje quero ir um pouco mais além.
É sabido, desde os sábios estudos de Dow, que as empresas do mesmo sector se movem tendencialmente em conjunto. Quando há uma "ovelha tresmalhada" geralmente existe um motivo para o afastamento.
Antes desta análise tive o cuidado de analisar um leque de cerca de 20 empresas petrolíferas de vários países. A escolha destas foi quase aleatória, empresas que eu tinha seleccionado como interessantes antes de a bolha do petróleo rebentar. Fui à procura da confirmação de um dado concreto: Amplitude da queda desde o pico. Cheguei à conclusão que a Galp foi, de longe (dentro deste leque), a petrolífera que menos caiu até ao momento. Cerca de 60%, desde o início da desvalorização do petróleo até agora. Todas as outras se moveram de forma bastante uniforme, com quedas entre os 71-82%.
O que eu quero dizer é que ou a Galp tem algo muito valioso que eu desconheço completamente ou está a ser beneficiada pelo seu timing de colocação em bolsa em pelos investidores que entretanto se apaixonaram por ela.
Eu vou mais por este último caminho. Como já disse noutras ocasiões, gosto muito de analisar esta empresa pois é tecnicamente muito correcta. Especialmente no que diz respeito a suportes e resistências, respeita-os com exactidão. Pode-se daí observar a importância da psicologia de multidões neste título. Sendo uma empresa que enriqueceu muita gente em tão pouco tempo, que provocou tanta ambição e euforia, valores concretos são recordados até à exaustão. Os 6€! Se forem novamente visitados, é bem provável que sejam novamente alvo de forte cobiça. Mas, e se acabarem por quebrar (à semelhança do que aconteceu com a marca dos 11€ há uns meses atrás)? Ora, era aqui mesmo que eu queria chegar com toda esta conversa. Se este valor for quebrado deixam de existir suportes, deixam de haver pontos de referência para os que cobiçaram e para os que enriqueceram em pouco tempo. E, em última análise, deixa de existir uma razão válida e lógica para este afastamento considerável em relação às suas congéneres mundiais e em relação à própria matéria-prima que serve de base ao seu negócio. Se esta marca já histórica for quebrada, nem quero imaginar o que pode acontecer. Não digo que seja à primeira. Olhem novamente para os 11€. Não quebrou à 1ª, nem à 2ª... nem à 5ª, mas à 6ª tentativa acabou por sucumbir.
Pode parecer exagerado, este negro cenário futurista. Mas vale a pena pensar nisso, já que o seu irrepreensível comportamento a nível técnico nos tem permitido prever passos bastante importantes.
Disclaimer
Este comentário é uma opinião pessoal, não deve ser confundido com uma recomendação de compra ou venda. As compras e vendas são da responsabilidade do investidor, bem como os lucros ou perdas resultantes.

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